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Você é daqueles que torce o nariz para as novelas mexicanas?
Inverossímeis até dizer chega, estas novelas ficaram famosas por abusar de tramas que dão voltas, protagonistas choronas e muita torta de climão. A fórmula é batida e segue uma escola Manoel Carlos de ser: junte 1 família podre de rica, 1 protagonista morta de fome, 1 herança ou assassinato e uma pitada de fase-louca-dou-o-filho-para-desconhecidos e... tchanran: surge Thalía e suas dezenas de Marias.
Mas, como tudo que é ruim às vezes fica bom (eu distorci o ditado, mas tô nem aí), algumas novelas mexicanas surgem como verdadeiros achados que o SBT faz o favor de nos presentear. Como noveleiro absoluto (daqueles que manda todo mundo calar a boca na hora que a Carminha dá chilique), resolvi fuçar o baú de novelas do Sílvio Santos e separar alguns exemplos que, sério, merecem uma chance.
Você pode ficar com um pé atrás, dizer que fica tonto com as alternâncias de close na hora das tensões etc etc etc, mas essas tramas recheadas de protagonistas ardilosas e inteligentes, histórias bem amarradas e dublagem primorosa têm tudo para ganhar sua atenção!
#5 A usurpadora (1998)
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Essa é clássica das clássicas, o suprasumo da teledramaturgia latina. Paola, uma rica e voluptuosa e mulher, descobre que possui uma irmã gêmea, Paulina, que é pobre e honesta. Querendo se livrar do marido bobão e da família dele, Paola dá um jeito de incriminar Paulina e faz uma proposta em troca de sua liberdade: ela deverá assumir o papel dela dentro da casa da família Bracho, enquanto Paola sai pelo mundo com seus amantes. Parece que tudo vai dar errado, mas Paulina se torna a cura para todos os problemas daquela família, se revelando um verdadeiro anjo para uma velha bêbada, umas crianças pentelhas e uma cunhada que usa uma trança horrorosa. E, é claro, cai nos braços de Carlos Daniel.
Porque você não pode perder: a dublagem para o Brasil fez com que a novela se tornasse um exemplo de trabalho bem feito. A risada maléfica de Paola é um patrimônio nacional.
#4 A Mentira (1998)
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Virgínia é uma mulher ambiciosa e má, que sempre dá um jeito de ferrar a prima Verônica, bobinha e sem sal. Virgínia namora um cara rico, apenas para roubar o dinheiro dele. Acontece que o cara descobre tudo e se suicida de desgosto. O irmão dele, Demétrio, volta a morar no México apenas para descobrir e punir a causadora da morte do irmão. Mas não é que a Virgínia dá um jeito de fazê-lo pensar que esta mulher é, na verdade, sua prima Verônica? Demétrio casa com Verônica e transforma a vida dela em um inferno, com Virgínia assistindo tudo de camarote.
Porque você não pode perder: essa é pra você que odeia protagonistas inocentes e chatinhas boazinhas. Verônica vai matar sua sede de vontade de fazer as Helenas do Manoel Carlos sofrerem num pau-de-arara.
#3 Rubi (2004)
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Uma piriguete pobre que consegue uma bolsa de estudos em uma faculdade e aproveita para fazer muitos "contatos". Até aí é só mais uma que você encontra na rua, mas o negócio começa a esquentar quando Rubi conhece Maribel, uma menina podre de rica e bobinha, que ainda por cima tem um problema físico em uma das pernas. Aproveitando da boa-fé de Maribel, Rubi vai deitar e rolar na alta sociedade e - pasmem - vai roubar o noivo da garota e, sei lá, inventar um milhão de intrigas até o fim da novela. Veja também: Como são feitas as cenas de sexo nas novelas
Porque você não pode perder: Rubi é tipo aquela garota da sua faculdade que você tem vontade de atear fogo nos cabelos: linda, invejosa e muito safada. E é a protagonista da novela, ou seja, assistir e ficar entre "odiar essa vadia" e "vai lá, ferra com todo mundo", é simplesmente genial.
#2 A Madrasta (2005)
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Maria é um mulher rica e influente que cai em uma armadilha e é presa injustamente pelo assassinato de sua amiga Patrícia. Abandonada pelos "amigos" e por seu marido, passa 20 anos cadeia, mas sai de lá com sede de vingança. Disposta a descobrir a verdade e punir todos aqueles que a fizeram sofrer, Maria se casará novamente com Estevão, para assim ficar perto de seus filhos, que cresceram achando que a mãe havia morrido. A princípio eles não a aceitam, acreditando que ela é a madrasta que veio usurpar o lugar se sua verdadeira mãe. Veja também: Avenida Brasil: as falcatruas que não dariam certo na vida real.
Porque você não pode perder: Maria é uma boa pessoa, mas não é idiota. Ela é uma estrategista que vai detonando um a um aqueles que a fizeram sofrer injustamente. De quebra investiga a morte de Patrícia e ainda dá um rumo na vida dos filhos mimados.
#1 Dona Bárbara (2008)
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E chegamos ao fim da lista com uma novela que não foi produzida no México, mas na Colômbia, e nem passou no SBT, mas na CNT.
Até aqui apresentamos tramas fortes e que prendem a atenção do telespectador, com histórias cheias de vingança, ódio e pistoleiragem. Mas Dona Bárbara, exibida aqui no Brasil no ano passado, consegue extrapolar todos os limites. Moradora de um povoado nas profundezas da floresta Amazônica, Bárbara na juventude foi estuprada por 5 velhos nojentos, às margens de um riacho. E os caras ainda mataram o pai e o noivo dela! Disposta a se vingar de todos os homens que atravessassem seu caminho, Bárbara torna-se uma mulher ardilosa, que se casa com fazendeiros para depois matá-los e ficar com a herança. Em um desses casamentos, Bárbara fica grávida e dá à luz Maricela, logo rejeitada pela mãe rancorosa. Tornando-se a fazendeira mais influente da região, ela é chamada Dona Bárbara, mulher respeitada e temida por todos, feiticeira que conhece os segredos da floresta e do coração dos homens. A disputa pelas terras da fazenda vizinha a coloca no caminho de Santos, um advogado da capital que se apaixona por Bárbara. Dividida pelo amor e pelo ódio, vítimas das circunstâncias, a fazendeira deverá decidir se traçará seu caminho pelo amor de Santos ou pelo ódio de todos os homens.
Porque você não pode perder: tem feitiçaria, tem mãe disputando marido com a filha, tem vingança que parece saída de um filme do Tarantino, tem humor, tem revolução comunista, tem tudo!
E então, que tal essa seleção que vai além do clichê Maria-do-Bairro/Helena-do-Manoel-Carlos?
Por Guilherme