sábado, 23 de julho de 2011

Amy Winehouse, da vida para a história


Hoje, 23 de julho de 2011, a estrela de Amy Winehouse se apaga na Terra, para brilhar no céu.

Nascida em 14 de setembro de 1983, assim como os grandes, Amy Winehouse nos deixou aos 27 anos. Para a música, ela precisava apenas disso para ser eternamente lembrada como uma das maiores artistas que já existiu. Para mim – e para um sem-número de fãs – ela não precisava disso, ela sempre foi excepcional, a maior.

Não posso ser hipócrita em dizer que não esperava por isso, seu comportamento autodestrutivo me alertava do perigo constante que ela corria, mas eu jamais estaria preparado para aceitar que a mulher que eu mais admirei por longos anos, estava morta. Tirando meus amigos próximos e a minha família, Amy Winehouse era quem eu mais amava, era pra ela que eu corria nos momentos de fraqueza, era em suas composições que eu encontrava meu conforto.

Amy Winehouse sempre disse que preferiria ser honesta a fazer muito sucesso. Essa honestidade pode ser observada, especialmente no Back to Black, um álbum visceral, que quando ouvido com atenção, fatalmente te leva às lágrimas. Seu sofrimento estava explícito nas letras que receberam a produção de Mark Ronson, compondo um dos melhores álbuns de todos os tempos, o melhor da década.

Amy Winehouse não morreu. Foi morta. Não sou médico nem policial, mas posso afirmar isso categoricamente. Ela foi vítima do seu amor. Amy amou demais. Amou a música, amou Blake, amou as drogas. Essa tríade a consumiu.

Meu coração dói cada vez que conjugo um verbo no passado. Desejava estar flexionando o verbo para o tempo presente, para o futuro. Quando recebi a notícia de que ela havia morrido, eu fiquei dopado, não consegui acreditar (minhas redes sociais não me deixam mentir). Aos poucos, porém, meu coração foi sentindo que ele nunca mais seria tocado pela força de Amy ao cantar “nobody stands in between me and my man, cause it’s me and Mr Jones”. Então desabei.

Meus amigos, todos muito queridos, mandavam mensagens de apoio. Fiquei feliz por saber que era pública minha admiração por essa cantora. Porém, não me confortei. Não há conforto em saber que ela foi vencida pelos seus problemas, que não há mais esperança. Não há consolo em ter tido a oportunidade de ter a visto cantar ao vivo, de ter acompanhado a sua ascensão e sua queda. Não há conforto para um coração que perdeu a maior voz que já ouviu. Amy deixa a vida para entrar para a história. Não haverá um segundo sequer em minha vida que eu deixarei de te amar, minha pequena Amy Jade Winehouse.